Religião

Católicos foram martirizados no campo de extermínio nazista de Auschwitz

Católicos foram martirizados no campo de extermínio nazista de Auschwitz
Publicado em 28/01/2025 às 23:38

Católicos ao redor do mundo lembraram-se ontem (27), aniversário de 80 anos do fim do campo de concentração e extermínio nazista de Auschwitz-Birkenau, Polônia, dos homens e mulheres santos que foram testemunhas de fé, esperança e amor num dos capítulos mais sombrios da história humana. O legado de santidade dos mártires de Auschwitz continua a ser uma fonte de inspiração para os católicos em todo o mundo. Seguem abaixo vários desses mártires e suas histórias, listados por ordem religiosa:

Ordem dos Carmelitas (OCD)

Santa Teresa Benedita da Cruz (1891–1942) — que no século se chamava Edith Stein — foi uma judia convertida ao catolicismo. Ela morreu numa câmara de gás de Auschwitz no mesmo dia em que chegou ao campo. A santa filósofa alemã foi canonizada em 11 de outubro de 1998 e proclamada copadroeira da Europa em 1999 pelo papa são João Paulo II.

A freira Rosa Stein (1883–1942), seguindo o exemplo de sua irmã mais nova, santa Teresa Benedita da Cruz, converteu-se ao catolicismo e ingressou nas carmelitas descalças.

As duas irmãs foram encontradas e presas num mosteiro carmelita na Holanda em 2 de agosto de 1942, chegando a Auschwitz uma semana depois, em 9 de agosto, onde morreram juntas.

Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFM)

São Maximiliano Kolbe (1894–1941) é reconhecido como um dos mártires franciscanos mais famosos do século XX. Ele foi canonizado pelo papa são João Paulo II em 10 de outubro de 1982, depois de dar sua própria vida em 14 de agosto de 1941 para que um companheiro prisioneiro de Auschwitz, um marido e pai, pudesse viver.

Depois de ser executado por injeção letal depois de passar fome, o santo foi cremado no dia seguinte, em 15 de agosto, na festa da Assunção de Nossa Senhora.

Ao lado de são Maximiliano Kolbe, os outros mártires franciscanos conventuais que ministraram física e espiritualmente às pessoas em Auschwitz foram o padre Jan Antonin Bajewski (1915–1941), conhecido por sua piedade e gentileza como confessor; o padre Ludwik Pius Bartosik (1909–1941), representante de são Maximiliano Kolbe, conhecido por sua resistência em meio ao sofrimento e seus escritos sobre paciência; e o irmão Stanisław Tymoteusz Trojanowski (1908–1942), que morreu de pneumonia depois de viver segundo seu lema: “A qualquer hora e em qualquer lugar, dispor livremente da vontade de Deus”.

O frei Piotr Bonifacy Żukowski (1913–1942), conhecido por sua grande fé e bondade pelo superior de seu mosteiro, morreu de pneumonia depois de meses de trabalho duro em Auschwitz. Antes de ser transportado para Auschwitz, Żukowski foi detido em Varsóvia, onde confortou prisioneiros de guerra e rezou ao lado deles.

Frades Franciscanos (OFM Cap)

O irmão Symforian Ducki (1888–1942), conhecido por sua simplicidade espiritual, foi brutalmente morto em Auschwitz pelos guardas do campo em 11 de abril de 1942. Uma testemunha disse que o frei fez um esforço físico para se levantar para perdoar e abençoar com o sinal da cruz os que o espancaram e confortar aqueles ao seu redor antes de morrer logo depois.

O padre Anicet Koplinski (1875–1941), padre alemão conhecido em Varsóvia, capital da Polônia, por sua santidade e amor pela misericórdia, chegou a Auschwitz em 1941. O franciscano era conhecido por transformar seus sofrimentos em oração, dizendo: “Devemos beber este cálice de amargura até o fim”. Morreu numa câmara de gás em 16 de outubro de 1941.

Congregação de São Miguel Arcanjo (CSMA)

O padre Wojciech Nierychlewski (1903–1942) foi um padre miguelita conhecido por seu zelo e talento como educador. Ele também trabalhou em publicações impressas antes de ser enviado para Auschwitz. Sua fé profunda o ajudou a se preparar para seu martírio em 1942.

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A Sociedade do Apostolado Católico (SAC)

O beato Józef Jankowski (1910–1941), padre palotino cujos escritos revelam seu amor ardente por Deus, demonstrou seu grande amor pelos refugiados de guerra ao dar-lhes comida e abrigo num dos seminários de sua sociedade. Ele foi preso e encarcerado num um campo de extermínio em Varsóvia e mais tarde enviado para Auschwitz, onde foi torturado e morreu em 16 de outubro de 1941.

Os Salesianos de Dom Bosco (SDB)

Cinco salesianos mortos em Auschwitz receberam o título de servo de Deus da Igreja: padre Włodzimierz Szembek (1883–1942); padre Franciszek Harazim (1885–1941); padre Jan Świerc (1877–1941); padre Ignacy Dobiasz (1880–1941); e padre Kazimierz Wojciechowski (1904–1941).

O padre Józef Kowalski (1911–1942), um jovem padre zeloso, foi morto em Auschwitz em 4 de julho de 1942, por se recusar a pisotear seu rosário. Preso em Cracóvia e tendo sofrido humilhação e tortura física, Kowalski escreveu em seu diário: “Ó meu querido Jesus, dá-me a vontade de perseverar, firme, forte, para que eu possa perseverar em minhas santas resoluções… Devo ser um santo!”

Irmãs da Serva do Senhor

A irmã Katarzyna Celestyna Faron (1913–1944) rezou ao lado de suas irmãs por seus perseguidores, incluindo Hitler, antes de morrer no domingo de Páscoa em Auschwitz, em 9 de abril de 1944. Ela ofereceu sua vida como expiação pela conversão de um padre que, depois da guerra, voltou à Igreja.

Ursulinas da União Romana (OSU)

A irmã Maria Klemensa Staszewska (1890–1943) era uma superiora de mosteiro que também cuidava de crianças. Em todo o seu aprisionamento, ela ofereceu seu medo e dor a Jesus. Ela morreu de tifo em Auschwitz em 27 de julho de 1943, rezando o Magnificat.

Padres diocesanos da Polônia

O padre Piotr Edward Dankowski (1908–1942), vigário da paróquia de Zakopane na diocese de Cracóvia, conhecido por seu amor pelos pobres, arriscou sua vida para ajudar refugiados na ocupação nazista da Polônia. Ele foi preso e condenado ao campo de extermínio em Auschwitz em maio de 1941. Antes de morrer na Sexta-feira Santa, 3 de abril de 1942, Dankowski disse a seus amigos: “Vejo vocês no céu!”

O beato Bolesław Strzelecki (1896–1941), pároco da diocese de Radom-Glinice, na Polônia, foi descrito por seus paroquianos como o “são Francisco de Radom”. Ele morreu em 2 de maio de 1941 e era conhecido pelos companheiros de prisão como um padre santo que anunciava “não só a palavra de Deus, mas cada pedaço de pão” e “fazia as pessoas acreditarem na humanidade” em meio ao horror da guerra.

O padre Kazimierz Sykulski (1882–1942), pároco em Konskie, na diocese de Radom-Glinice, que era conhecido por seu profundo amor a Deus e a seus paroquianos, foi morto a tiros em 1º de dezembro de 1941. Antes de sua morte, ele disse ao amigo: “Se Deus exige de mim tal sacrifício para o bem da Igreja e da pátria, estou disposto a fazê-lo”.

O padre Roman Sitko (1880–1942) foi reitor do seminário na diocese de Tarnów, na Polônia, e foi preso por continuar a formação de seus alunos de teologia. Ele morreu em Auschwitz em 17 de outubro de 1942.

ITARARÉ