Religião

Cinco franciscanos espanhóis que defenderam o sacramento do matrimônio são declarados mártires

Cinco franciscanos espanhóis que defenderam o sacramento do matrimônio são declarados mártires
Publicado em 29/01/2025 às 22:55

A Santa Sé reconheceu na segunda-feira (27) o martírio dos servos de Deus Pedro de Corpa, Blas Rodríguez de Cuacos, Miguel de Añón, Antonio de Badajoz e Francisco de Veráscola, missionários franciscanos espanhóis mortos por ódio à fé em setembro de 1597.

Os futuros beatos foram mortos por indígenas da tribo Guale numa revolta na missão Tolomato, no atual Estado da Geórgia, nos EUA. Os frades defendiam o casamento monogâmico, em oposição à poligamia de membros da tribo.

Um testemunho de fidelidade a Cristo no Novo Mundo

Os cinco mártires, membros da Ordem dos Frades Menores, deixaram a Espanha no século XVI para levar a mensagem do Evangelho à América do Norte, entrando em terras desconhecidas, enfrentando desafios culturais e perigos que poderiam custar-lhes a vida.

O frei Pedro de Corpa, nascido na diocese de Madrid-Alcalá em 1560, chefiou a missão na cidade de Tolomato, onde enfrentou um claro conflito cultural. Os indígenas Guales, entre os quais pregavam, praticavam a poligamia, costume que os missionários condenaram ensinando a doutrina da Igreja do casamento monogâmico. O batismo só foi administrado aos convertidos sob o compromisso de respeitar essa norma.

Segundo o site oficial do Dicastério para a Causa dos Santos da Santa Sé, o conflito atingiu seu ponto crítico quando Juanillo, sobrinho e sucessor do chefe local, decidiu se casar com uma segunda mulher. Segundo o site da Santa Sé, o frei Pedro tentou corrigi-lo, “lembrando-lhe o compromisso assumido com o seu batismo, mas ele ficou agressivo e o atacou, matando-o com um machado em setembro de 1597”.

Depois da morte do frei Pedro, a violência se estendeu aos demais missionários. O frei Blas Rodríguez de Cuacos, superior da missão em Tupiquí, foi capturado, torturado e morto em 16 de setembro. O frei Miguel de Añón e o frei Antonio de Badajoz foram mortos no dia seguinte depois de celebrar a missa. O frei Francisco de Veráscola foi morto a machadadas em 18 de setembro.

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Reconhecimento do sacrifício pela fé

O site da Santa Sé diz que esses mártires deram a vida para defender a doutrina da Igreja.

“O testemunho explícito e imediato de fidelidade a Cristo e à sua mensagem é claramente reconhecível nos seus assassinatos, porque transmitiram de forma abrangente a doutrina da Igreja”, diz o Dicastério para as Causas dos Santos.

Desde a morte dos frades, a fama do martírio dos cinco franciscanos se espalhou, tornando-se fonte de inspiração para os católicos da América e da Espanha.

Segundo o Dicastério, “a primeira prova da vontade de dar a vida pelo Senhor foi incluída na escolha feita de deixar a Espanha e ir como missionários para uma terra ainda parcialmente desconhecida”.

“Imediatamente depois de sua morte, espalhou-se a fama do seu martírio, que continuou a crescer nos anos seguintes, enraizando-se no território e na memória dos irmãos”, concluiu o Dicastério.

ITARARÉ