Mais de 300 quilômetros da BR-381, em Minas Gerais, serão administrados por uma empresa privada, em concessão de 30 anos, com investimentos de R$ 10 bilhões. É o que prevê o contrato assinado pelo presidente Lula, nesta quarta-feira, para a concessão pública do trecho conhecido como “rodovia da morte”. Ela é considerada importante para o escoamento de produtos industriais que atravessa o Vale do Aço, no interior de Minas Gerais.

Durante a assinatura, no Palácio do Planalto, Lula comemorou as mudanças nesse tipo de leilão, que antigamente obrigava as empresas a pagar ao governo, a chamada outorga, para ter direito à concessão. Segundo o presidente, a medida é para baratear os pedágios.

O trecho que vai passar por mudanças começa na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, e segue até Governador Valadares, no mesmo estado. A BR-381 ainda interliga Minas Gerais, São Paulo e o Espírito Santo. Com isso, recebe um intenso fluxo de caminhões, ônibus e veículos leves.

Além disso, o percurso é sinuoso e de pista simples em grande parte da rodovia que, segundo o governo, tem baixa manutenção da estrutura e ausência de iluminação e sinalização.

Também no evento, o ministro dos Transportes, Jader Filho, disse que o governo realizou, em dois anos, nove leilões de rodovias, e pretende fazer mais.

Para assinar o contrato de concessão da BR-381, o governo ainda levou em conta os números da Polícia Rodoviária Federal, que registrou quase 4 mil acidentes no trecho, durante cinco anos. Quatrocentos e vinte deles foram fatais.

A BR-381 abrange 21 cidades de Minas Gerais e, no primeiro ano, a Concessionária Nova não vai cobrar pedágio. Depois disso, segundo o governo, será fornecido o chamado Desconto para Usuários Frequentes, para quem passa pela rodovia diversas vezes por mês, a exemplo dos que moram e trabalham em cidades próximas.

Com a concessão, o governo espera beneficiar quatro milhões de pessoas que vivem na região e gerar mais de 80 mil empregos diretos e indiretos. A partir do contrato, serão feitas 51 mudanças, incluindo a duplicação de mais de 100 quilômetros de rodovia, faixas adicionais, áreas de escape, pontos de parada e descanso para caminhoneiros e passarelas para a travessia de pedestres.