Religião

Conferência Episcopal Portuguesa amplia prazo para pedidos de compensação financeira para vítimas de abusos

Conferência Episcopal Portuguesa amplia prazo para pedidos de compensação financeira para vítimas de abusos
Publicado em 15/11/2024 às 10:13

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) ampliou o prazo para os pedidos de compensação financeira por parte de vítimas de abusos até o dia 31 de março de 2025. A apresentação formal dos pedidos teve início em 1 de junho deste ano e, inicialmente, terminaria em 31 de dezembro.

A decisão foi tomada durante a 210ª Assembleia Plenária da CEP, que aconteceu de 11 a 14 de novembro, em Fátima.

Em fevereiro de 2023, foi divulgado o relatório final da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal. Segundo o documento, de 1950 a 2022 há pelo menos 4.815 vítimas no país. Depois desse relatório, foi criado o Grupo VITA, um grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal.

Em abril deste ano, a CEP e a Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal aprovaram a atribuição de compensação financeira a vítimas de abusos sexuais contra crianças e vulneráveis na Igreja em Portugal. Em 25 de julho, a conferência divulgou o regulamento das compensações financeiras.

Em nota, a CEP disse que recebeu o Grupo VITA na Assembleia Plenária desta semana “para fazer um ponto de situação do trabalho que tem vindo a ser desenvolvido em articulação com as comissões diocesanas”. Na ocasião, foi analisada “a aplicação do regulamento para atribuição de compensações financeiras às vítimas de abusos sexuais de crianças e adultos vulneráveis ocorridos no âmbito da Igreja Católica em Portugal” e aprovada “uma adenda com algumas clarificações ao processo em curso, alargando o prazo de apresentação dos pedidos até 31 de março de 2025”.

Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram

Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:

A adenda especifica que a mudança no prazo para apresentação dos pedidos de compensação financeira “não atrasa o andamento dos processos, pois estes já estão a ser tratados em articulação pelo Grupo VITA, pelas Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e respectiva Equipe de Coordenação Nacional, durante o período de apresentação dos pedidos de compensação”. A previsão é de que todos os processos “fiquem concluídos até ao final de 2025”.

Segundo os esclarecimentos da CEP, o regulamento “está previsto de forma a evitar-se um processo de revitimização da parte de quem faz o pedido de compensação”. Por isso, “se o relato da situação abusiva vivenciada for já do conhecimento do Grupo VITA, das Comissões Diocesanas ou dos Institutos Religiosos e das Sociedades de Vida Apostólica, não se torna necessário repetir os dados referentes a esse mesmo relato”.

O regulamento divulgado em julho determina que os pedidos serão analisados por duas comissões: a Comissão de Instrução, que vai analisar os casos e elaborar um parecer, e a Comissão de Fixação da Compensação, que determinará o valor da compensação.

A adenda aprovada pela CEP na assembleia desta semana especifica que, em relação à Comissão de Instrução, “e no que diz respeito aos processos da responsabilidade das dioceses, será constituída, pelo menos, por duas pessoas, uma designada pelo Grupo VITA e outra pela Equipe de Coordenação Nacional”. “Com vista a uma maior uniformidade de critérios, pretende-se a constituição de membros pertencentes à mesma equipe de profissionais especializados nesta matéria que escute todas as pessoas que solicitam a compensação financeira”, diz.

Sobre a Comissão de Fixação da Compensação, diz que esta “deverá fundamentar o seu parecer aprovado pela maioria dos seus membros”.

ITARARÉ