Religião
Frade dominicano parece celebrar missa com pão de padaria e copo de plástico em celebração da Comissão Pastoral da Terra
23 de jan de 2025 às 15:50
Fotos do frade dominicano José Fernandes, assessor de movimentos populares e de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) criaram alvoroço nas redes sociais. As imagens mostram frei José Fernandes durante uma celebração no dia 15 de dezembro passado, no Centro de Juventude Cajueiro, em Goiânia (GO), do fundador e conselheiro permanente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Antônio Canuto, que morreu dia 3 de dezembro.
O frade aparece sentado, sem paramentos, fazendo gestos semelhantes aos que se fazem na consagração da hóstia na missa. Uma das fotos mostra o frade elevando um cálice e outra o mostra apresentando pães de padaria aos participantes. Em uma terceira imagem, ele está de pé com os braços levantados, como que em uma atitude de súplica. Ao lado dele, um homem segura uma bandeja com vários copinhos de plástico com o que aparenta ser vinho.
Procurada pela ACI Digital, a arquidiocese de Goiânia, por meio da sua assessoria, disse à ACI Digital que a celebração “não era uma missa” e que “os esclarecimentos foram feitos internamente”. A arquidiocese também disse que não se pronunciaria sobre o que ocorreu.
A Comissão Pastoral da Terra é um é um órgão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) fundado fundada na ditadura militar, “como resposta à grave situação vivida pelos trabalhadores rurais, posseiros e peões, sobretudo na Amazônia, explorados em seu trabalho, submetidos a condições análogas ao trabalho escravo e expulsos das terras que ocupavam”, relata o site da CPT.
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Embora o cartaz do evento diga que era uma celebração, às ações do frei fotografadas recordam a consagração na celebração da missa.
A instrução Redemptionis Sacramentum 48 – 50 diz que para que a consagração da Eucaristia seja válida, a matéria da Eucaristia, ou seja, “o pão que se utiliza no santo Sacrifício da Eucaristia deve ser ázimo, só unicamente de trigo, feito recentemente, para que não haja nenhum perigo de que se estrague por ultrapassar o prazo de validade”.
Sobre os vasos sagrados, o nº 117 da instrução relata que eles “estão destinados a receber o Corpo e a Sangue do Senhor, devem-se ser fabricados, estritamente, conforme as normas da tradição e dos livros litúrgicos”
“Sem dúvida, requer-se estritamente que este material, de acordo com a comum valorização de cada região, seja verdadeiramente nobre, de maneira que, com seu uso, tribute-se honra ao Senhor e se evite absolutamente o perigo de enfraquecer, aos olhos dos fiéis, a doutrina da presença real de Cristo nas espécies eucarísticas”, pontua o documento.
“Qualquer uso, para a celebração da missa, de vasos comuns ou de escasso valor, no que se refere à qualidade, ou carentes de todo valor artístico, ou simples recipientes, ou outros vasos de cristal, argila, porcelana e outros materiais que se quebram facilmente” são vedados.