Religião

Grupo da ONU quer limitar objeção de consciência ao aborto mesmo em hospitais religiosos

Grupo da ONU quer limitar objeção de consciência ao aborto mesmo em hospitais religiosos
Publicado em 22/01/2025 às 22:43

Um grupo de trabalho ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que governos nacionais limitem a objeção de consciência ao aborto de profissionais de saúde de hospitais, incluindo os religiosos.

O Grupo de Trabalho sobre Discriminação contra Mulheres e Meninas, composto por cinco acadêmicas e ativistas feministas de diferentes países, foi criado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em 2010 para promover “boas práticas relacionadas com a eliminação de leis que discriminam as mulheres”.

Em relatório recente, a entidade diz que os governos têm a responsabilidade de garantir que todos os hospitais façam abortos.

A entidade também descreve a objeção de consciência institucional como “inadmissível” e consideram-na uma “violação dos direitos humanos”.

O grupo diz que a objeção de consciência deve ser definida “estritamente” e limitada exclusivamente a pessoas físicas. Assim, a entidade pede aos Estados para “prevenir e reformar leis que expandam excessivamente a objeção de consciência e permitam que crenças pessoais sexistas e patriarcais determinem a prestação de cuidados de saúde”.

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A entidade exige também que os hospitais tenham funcionários dispostos a fazer abortos, incluindo enfermeiros e pessoal de apoio.

O grupo propõe que em casos de “emergência” os médicos não possam se recusar a fazer abortos e, se o fizerem, devem direccionar a paciente para outro especialista que esteja disposto a fazer, mesmo que isso signifique ir contra a sua consciência.

O grupo de trabalho também pede que sejam criados sistemas de monitoramento da objeção de consciência e pede que as mulheres às quais seja negado o aborto possam tentar uma ação judicial contra o governo ou os serviços médicos responsáveis, ao dizer que essa recusa é “inaceitável à luz do direito internacional”.

Por fim, a entidade diz que essas medidas devem ser implementadas para “garantir o direito ao aborto seguro e legal, combater os estereótipos de gênero e garantir a autonomia das mulheres”.

O grupo fala também sobre a necessidade de descriminalizar o aborto em todas as circunstâncias, para que os médicos possam fazê-lo sem medo de represálias legais.

ITARARÉ