Religião
Teologia tem que estar ‘a serviço do povo, dos pobres, dos últimos’, diz papa Francisco
6 de dez de 2024 às 15:23
“A cultura e a formação de um centro teológico estão ao serviço do povo, dos pobres, dos últimos”, disse o papa Francisco hoje (6) em discurso à Comunidade do Studio Teologico San Paolo de Catânia, na Sicília, Itália. Francisco exortou a comunidade a “ser acolhedora e criativa na fraternidade”.
“Este compromisso será mais fecundo se soubermos dialogar com as culturas e religiões de outros povos mediterrâneos que olham para o futuro com esperança”, disse o papa. “Por favor, não apaguemos a esperança dos pobres, desses pobres que são os emigrantes”.
Francisco elogiou o Studio Teologico San Paolo, fundado em 1969 como lugar de formação comum para as dioceses da Sicília Oriental, como “uma das primícias do Concílio Vaticano II” que ao longo do tempo “se revelou fecunda para sacerdotes, religiosos e leigos”.
Para o papa, esta instituição “constitui um modelo que encoraja também outras Igrejas a caminhar juntas neste campo” no campo da comunhão que deve incluir “a relação entre estruturas de formação que se tornam laboratórios de comunhão e de missão, animados pela reflexão teológica”.
“A missão de um centro de teologia não pode ignorar o território em que está localizado”, continuou o papa, de tal forma que a eclesialidade que coloca lado a lado pessoas com diversidade de vocações e dons seja vivida “na busca de novos caminhos de evangelização”.
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Este “estilo de corresponsabilidade” é “um sinal dos tempos que devemos saber aproveitar com sabedoria”, disse Francisco.
Ele também falou do aumento do número de mulheres que estudam nas suas salas de aula e que estão aderindo a comunidades eclesiais “com tarefas de responsabilidade pastoral, de ensino religioso e acadêmico”.
Não pagar a esperança dos migrantes
O papa Francisco disse também que a Sicília está “ameaçada pela especulação da máfia e pela corrupção, que dificulta o desenvolvimento e empobrece os recursos, condenando especialmente as zonas do interior à emigração de jovens”.
Por último, dado que hoje (6) é a festa de são Nicolau de Bari, que participou no Concílio de Nicéia defendendo a divindade de Cristo, o papa Francisco reiterou o seu apelo para que o aniversário desse concílio seja um impulso para “não nos cansarmos de buscar formas adequadas de corresponder plenamente à oração de Jesus ‘para que todos sejam um'”.