Religião

Trump congela verba e Cáritas Brasileira fecha locais que serviam para higiene de migrantes venezuelanos

Trump congela verba e Cáritas Brasileira fecha locais que serviam para higiene de migrantes venezuelanos
Publicado em 30/01/2025 às 5:01

O corte pelo presidente americano Donald Trump de repasses do governo federal americano para ajuda humanitária causou o fechamento de locais que serviam para a higiene de migrantes venezuelanos e pessoas em situação de vulnerabilidade nas cidades de Boa Vista (RR) e Pacaraima (RR) da Cáritas Brasileira, organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O serviço era financiado pelo governo dos EUA que anunciou o corte do dinheiro por 90 dias para reavaliar e realinhar a ajuda externa do país.

O projeto WASH Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras funcionava desde 2019, totalmente financiado com recursos do governo dos EUA, em estruturas sanitárias contendo banheiros de uso privativo, chuveiros, lavatórios, lavanderia, fraldários e bebedouros com água potável. Além do acesso à água, saneamento e higiene, os beneficiários também contavam com formações sobre higiene pessoal e autocuidado.

Projeto WASH Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras. Crédito: Cáritas Brasileira.
Projeto WASH Orinoco: Águas que Atravessam Fronteiras. Crédito: Cáritas Brasileira.

 Segundo o comunicado da Cáritas Brasileira, o custo anual é de R$ 4 milhões. Cerca de 100 mil migrantes venezuelanos, pessoas em situação de deslocamento forçado de outros países e a comunidade brasileira vulnerável foram atendidos.

“A Cáritas Brasileira, como uma organização da sociedade civil e organismo da Igreja Católica, tem desempenhado um papel complementar ao Estado, oferecendo serviços emergenciais fundamentais às pessoas em situação de vulnerabilidade”, diz o comunicado.

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Para a Cáritas, é “essencial destacar que a responsabilidade pela formulação e implementação de políticas públicas de apoio à migração e aos direitos básicos recai sobre o governo brasileiro”.

“O recente corte de apoio internacional demonstra a fragilidade de depender exclusivamente de financiamentos externos para a manutenção de serviços essenciais”, disse a Cáritas.

O comunicado termina exortando o governo brasileiro a reafirmar o seu compromisso “com os direitos humanos e a dignidade de migrantes e refugiados”.

“A atuação da sociedade civil é importante, mas jamais deve substituir a responsabilidade do Estado”, concluiu o comunicado.

ITARARÉ